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Dois anos e sete meses depois de a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) anunciar a venda da Itambé à Lactalis e de muitas contestações e intervenções judiciais, o negócio enm se concretizou. Com a aquisição de 100% do capital da empresa mineira pelo grupo francês, líder mundial em produtos lácteos, a Itambé passa a ser também a maior do setor no País.

A concretização do negócio se tornou possível a partir de um acordo firmado globalmente entre a Lactalis e o grupo mexicano Lala, resolvendo em denitivo a transferência da Itambé para a multinacional francesa. As empresas abriram mão de processos judiciais e da arbitragem que mantinham no Brasil, no caso do laticínio mineiro, e em outros países.

Embora não tenha revelado o valor da transação, por se tratar de um contrato condencial, o CEO da Lactalis para a América Latina, Patrick Sauvageot, ressaltou que a união das companhias cria uma potência no mercado nacional, com faturamento de quase R$ 8 bilhões e o processamento de 2,3 bilhões de litros de leite por ano.

“Esse volume corresponderá a 9,4% da produção formal brasileira. Não haverá qualquer alteração na razão social da empresa, na estrutura organizacional ou equipe comercial. A Lactalis veio para somar, para investir no desenvolvimento e autonomia da Itambé, buscando ainda mais sinergia e oportunidades no mercado lácteo nacional”, anunciou.

Mas o negócio não para por aí. Como parte do acordo, a CCPR garantiu um contrato de fornecimento de leite de longo prazo, em vistas ao crescimento sustentado das bacias leiteiras de Minas Gerais e Goiás.

Neste ponto, o presidente da CCPR, Marcelo Candiotto, ressaltou que ambas as empresas trabalharão para elevar o leite brasileiro aos melhores padrões do mundo de qualidade e produtividade. Para isso, investirão signicativamente em programas de apoio e desenvolvimento para o produtor, assistência técnica, fornecimento de insumos, serviços, tecnologia e logística.

“Não foi por acaso que escolhemos a Lactalis como parceira. Existe um comprometimento com o desenvolvimento do produtor, um cuidado especial. Há a perspectiva da produção de 3 milhões de litros de leite por mês, com expectativas de aumento neste volume. Além disso, haverá a preocupação constante no desenvolvimento de produtos derivados do leite e programas de assistência técnica, incentivo de produção, entre outras ações”, detalhou.

O executivo destacou também a complementaridade de atuação nas duas bacias leiteiras mais importantes do País: CCPR é líder de captação em Minas Gerais e Lactalis tem representatividade no Sul. Como as regiões têm picos de safra em momentos distintos, há oportunidades de otimização em toda a cadeia, beneficiando produtores e consumidores.


Entenda o caso

Encerrado oficialmente hoje, o conflito entre Lactalis e Lala teve início a partir da venda da Vigor – que era controlada pela J&F Investimentos – para os mexicanos, em 2017. Na ocasião, a Vigor e os 50% que a controladora tinha na Itambé foram entregues por R$ 5,7 bilhões.

No entanto, a cooperativa tinha preferência na recompra dessa parte no caso de venda da Vigor e a CCPR retomou 100% do capital do laticínio mineiro. Um dia depois, a cooperativa mineira vendeu a totalidade da Itambé para a Lactalis. Iniciaram-se então os questionamentos na Justiça pela Lala, que apontava, entre outras questões, o descumprimento do acordo de acionistas por parte da CCPR, uma vez que o acordo proibia a venda da Itambé a um grupo concorrente.

A Lactalis entrou no Brasil em 2013 com a aquisição da Balkis e ampliou sua posição em 2015. A empresa possui, atualmente, 5 mil colaboradores e 14 unidades fabris em oito estados. Entre seu portfólio de marcas estão: Batavo, Président, Elegê, Cotochés, Poços de Caldas, Parmalat, entre outras. (Fonte: Diário do Comércio)

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